1 de janeiro de 2003

Fome zero e o ano novo

Sinto que estes são tempos interessantes.
Enquanto, minutos atrás, besuntava minha mão na margarina para fazer bolinhas de brigadeiro, o nosso novo presidente fazia seu discurso de posse.
Ontem mesmo, na ceia do ano novo, enquanto mastigavam pernil, peru e tender, ouvi pessoas dizerem: "que saudades do Fernando Henrique... ele não fez mais porque não deixaram...". Eu também mastigava. Mas espero, sinceramente, não ter que sentir saudades de FHC.
Os finais de ano em família costumam ser uma exorbitância. Já faz uns dias que não sinto vontade mesmo de comer. Engolimos muito mais do que realmente necessitamos. Sim, há a questão da sacramentalidade do encontro, da reunião, da festa... chega até ser perdoado.
Tendo a mesa farta e as calças apertadas, alguns torcem o nariz para as propostas políticas de melhor distribuição de riquezas. O arquetípico temor do comunismo, o medo de que um governo "soviético" se instaure em terras brasileiras e tome a sua casa na praia para aquele que não tem casa nenhuma, acaba embaçando e confundindo a percepção política das pessoas.
Os brigadeiros são para o meu aniversário amanhã. Espero poder comemorar, alguns anos mais tarde, a nova história do Brasil que começou hoje. Parabéns pro senhor presidente Lula também!

Nenhum comentário: