1 de fevereiro de 2003

Mais uma sobre o ócio

Desculpe-me, mas é um tema tão cativante, que não resisti. E mais: o assunto me persegue. Não acredita? Hoje comprei um livro do Albert Camus, A peste. Sempre que vou a alguma livraria, pego um marcador de livros (são sempre úteis). Hoje peguei um, alhures. Ao chegar em casa, reparei no objeto, estava impresso uma divulgação de um livro. De quem? Domenico de Masi, é claro! Nome do livro? O Ócio Criativo.

Mas a coincidência mesmo se revelaria com o próprio Camus. Veja se as palavras de um de seus personagem não confirmam a apologia ao ócio:

Pergunta: como fazer para não se perder tempo? Resposta: senti-lo em toda a sua extensão. Meios: passar os dias na sala de espera de um dentista, numa cadeira desconfortável; viver as tardes de domingo na varanda; ouvir conferências numa língua que não se compreende; escolher os itinerários de trem mais longos e menos cômodos e viajar de pé, naturalmente; fazer fila nas bilheterias dos espetáculos e não ocupar o seu lugar etc.

E eu achava que a FDF (Falta Do que Fazer) era um problema involuntário. Mas não, há pessoas que adoram cultivá-la! Então está bem, o importante é viver feliz...

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