24 de janeiro de 2004

Aquele sorriso



Continuando com o propósito de férias de "meter o pé na jaca" em atividades culturais, hoje, para uma sessão descontraída, fui assistir à estréia de "O Sorriso de Mona Lisa". Filme bonitinho, com a deslumbrante Julia Roberts, coloca em questão o papel feminino na sociedade tradicional americana do início da década de 1950.

Ampliando a discussão para os dias atuais, a situação não está muito diferente: a sociedade ainda confere o rótulo de "amélia" como uma espécie de arquétipo da mulher. Amélia com múltipla jornada, aliás. Além de constituir família, cuidar da casa e dos filhos, a mulher hoje ainda tem de enfrentar o mercado de trabalho. A conquista do mercado de trabalho não foi a derrubada de um tabu: foi a agregação de um outro tipo de dever às antigas obrigações.

Como uma assustadora amostra das amarras mentais atuais, a mulher ainda ganha menos que o homem, mesmo exercendo funções iguais. Sem falar em atributos idênticos que possuem qualidades opostas quando aplicados aos dois sexos: ex: "homem garanhão" × "mulher galinha" (adjetivos que ilustram uma mesma situação, porém portando significados muito diferentes!).

Homem e mulher são diferentes. Assim como seus biotipos, podem ter algumas funções sociais diferentes. O problema é quando se atribui ao homem e à mulher valores e direitos diferentes. Não somos todos humanos?

Nenhum comentário: