27 de junho de 2007

A ilha dos apáticos

Depois de Oliver Sacks e seu livro A ilha dos daltônicos, penso em escrever um conto-curto em formato mini-short-pocket-booklet (uma lâmina, uma dobra, 1x1, sem faca e sem nada especial), intitulado A ilha dos apáticos.

Talvez a estória acontecesse numa ilha. Sim, é bom que o título tenha alguma relação com o conteúdo do mini-short-pocket-booklet. Por menor que seja o conteúdo, este deve fazer um mínimo de sentido, não importa quão mínimo seja (o sentido ou o livro, tanto faz).

Ok, uma ilha. E pessoas. Pessoas apáticas. O que fariam? Difícil delegar uma ação aos nossos apáticos personagens... Presumimos que não fariam muita coisa diante tanta apatia. Isso perdoaria a escritora de não realizar manobras criativas geniais no romance. Poderíamos já vislumbrar uma resenha sensacional do New Yorker: "A escritora é genial, só não pôde ser genial neste mini-short-pocket-booklet devido ao contexto apático do romance. Até nisso reside sua genialidade: em envolver-se de tal forma na atmosfera apática que criou e domar seu espírito inventivo para não atropelar as minúcias do romance".

E caso nenhuma editora se animasse em imprimir as apáticas linhas do romance, a publicação poderia ser custeada por alguma indústria farmacêutica fabricante de polivitamínicos. Prometo que a 4ª capa seria reservada ao nosso patrocinador vitaminado.

Mas isso ao futuro pertence. Só sei que hoje eu poderia ser uma habitante daquela ilha. Não daltônica. Apática.

2 comentários:

andrea mello disse...

quem diria... nossa genial escritora passou de publicadora de best-sellers a uma pessoa sem. =]

Mari Eller disse...

Sem nenhum sucesso e sem din-din no bolso. Que futuro mais sem graça!