2 de dezembro de 2010

Conexões



É do poeta inglês John Donne, a conhecida frase "nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo". Quer simpatizemos com a ideia ou não, somos seres relacionais. Desde nossos primeiros minutinhos de vida, acoplamo-nos a outra pessoa, estabelecemos uma conexão de alimentação e de troca, e assim a vida vai se avolumando, até que explode. Nascemos. Uma conexão se rompe e dezenas e centenas de outras novas começam a se formar.

Gosto muito de pensar nessa malha cintilante que é a vida. Todos os dias reforçamos, criamos, reatamos ou quebramos pontos de contato. Mas é quase impossível mantê-los intactos: a todo instante nos enveredamos por novos vínculos. Vida saudável deve ser isso: saber transitar por esses vínculos, discernir ligações essenciais das superficiais, reconhecer quando os laços estão frouxos e desgastados e deixá-los desatar - ou considerar se vale a pena o esforço de religá-los. Mas, sobretudo, reconhecer que é impossível ser um nó sozinho. Que, a cada movimento nosso, interferimos e afetamos outros fios, é inevitável.

* ilustração de thedoglived.

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