12 de março de 2011

Quantas estrelas você dá?



Lendo os ensaios sobre viagens reunidos no livro A arte de viajar, do escritor suíço Alain de Botton, pela primeira vez me dei conta sobre como o guias de viagem são tendenciosos. Tão escancarado, mas eu nunca tinha parado pra pensar que toda vez que folheio um guia na fase de planejamento de uma viagem qualquer, já vou esperando encontrar no meu destino que o lugar marcado com 5 estrelinhas vai ser um dos ápices da viagem e, também, automaticamente reduzo minhas expectativas pro dia que programei conhecer alguns monumentos assinalados, coitados, com 2 ou 3 míseras estrelas.

E qualquer um que tenha visitado um lugar novo, sabe que nem sempre nossas impressões seguem o programa. Não sou mochileira nem tenho muita vocação de exploradora, mas nos poucos lugares do mundo que conheci até hoje, percebi que se estou aberta, consigo ser capturada por coisas que o guia Michelin não contou pra ninguém: um coral de freiras numa igreja, um degrau sob uma sombra de árvore com uma vista incrível da cidade, um vendedor de jornal muito gentil, um banquinho no jardim do hotel, um biscoito delicioso num café, uma pintura linda em alguma parede fora dos museus, etc.

Vou dar menos créditos as estrelinhas que marcaram por aí. E começar a pontuar os meus hotspots imperdíveis do mundo.

*estrelinhas e garranchos são meus.

3 comentários:

Túlio disse...

esse livro é ótimo e nos faz pensar sobre várias coisas.

prefiro ver os guias de viagem como um catálogo de coisas a serem vistas, cabendo a nós julgar a beleza e as emociones que cada um deles nos dá.

Lívia disse...

Eu super concordo com vc. Guias dão opções, geralmente aquelas que os turistas padrões curtem...eu quase nunca me enquadro. Se fosse avaliar, mudaria as estrelinhas de muitas coisas....

Nadiella Monteiro disse...

e como eu nem leio os guias, minhas 5 estrelas vão para:

panhar coco no pé na prainha do canto verde deitada na areia

almoçar uma massa a carbonara em calcata e tomar uma jarrinha de vinho. sozinha.

ouvir as freirinhas da sacre coer, depois de subir de funiculaire.

sentar no ladrilho hidráulico florido da casa battló e pensar em espirair de tempos coloridos.

ver o mar brasileiro e ouvir o piloto dizer Brasil, quando você está voltando pra casa...