5 de junho de 2011

Abrigando histórias



Uma das habilidades que muito me encanta numa pessoa é saber contar histórias. Ter a sensibilidade de recortar os acontecimentos da vida para colá-los no álbum da memória para, depois, contá-los. E ter o gosto de colecionar esses recortes, mesmo que pertençam a outras pessoas: você ouve as histórias, cria a sua cópia e armazena na suas gavetinhas.

Deve ser por isso que vô e vó são coisas tão boas. Porque rodaram mais tempo que nós por esses caminhos e coletaram mais contos e causos do que a gente.

Será que os jovens adultos e as próximas gerações continuarão a ser bons colecionadores de histórias? Ou será que com a facilidade de gravar, filmar, fotografar, postar, deixaremos o hábito das histórias orais de lado? Ou contaremos histórias por meio de multilinguagens? Quantos amigos que você conhece que já sabem contar boas histórias? Quais boas histórias você guardou no seu bolso ultimamente? Qual história mais te fez arregalar os olhos?

Eu tenho algumas. E, confesso, acho que as histórias mais bacanas que guardei não são as que se desenrolaram na minha vida, e sim as que absorvi da vida de outros. E não me incomoda, o barato das histórias não é ser "dono" delas, e sim saber dar forma a elas. Por isso digo, mais uma vez, que me encantam os que sabem contar um conto. Especialmente os que sabem temperar, aumentando um ponto.

*ilustração de Diego Mir.

Um comentário:

tati travisani disse...

mari, juntando os posts: tbém sempre admirei muito aqueles que sabem contam histórias!! tem gente que parece ter não uma gaveta, mas um baú delas, né?! mto bom se perceber totalmente conduzido pela fala do outro...
ótimo texto, como de costume! bjss