12 de janeiro de 2003

Da série: você viu aquilo?

Mês de janeiro, calor, noite de sabadão, 400 pessoas reunidas num lugar não muito grande. Uma balada? Um programa de auditório? Show da Drosóphila? Não, muito mais clássico do que isso: uma festa de casamento.

Perambulando, entre uma bandeja de salgadinhos e outra, acontecimentos fellinianos se desdobram ante os nossos olhos. As cenas que descreverei provavelmente serão familiares a qualquer um que tenha estado em pelo menos 2 festas de casamento na vida, com os olhos bem atentos.

- tia anos 80: situação perdoável se o casamento estivesse acontecendo durante aquela década. Mas, em pleno século XXI, deparamo-nos com figuras trajadas de meia arrastão, batom vermelho-fogo, cabelo new wave (com aplique, claro), e muitas, muitas correntes. Debbie Gibson is back, alive and well...
- o tio que perdeu a feira: sempre acontece se houver uma mesa decorada com frutas, ou se houverem frutas num mero arranjo na mesa de frios. Sempre tem o tiozinho que acha bonito comer melancia enquanto é flagrado pela equipe de filmagem.
- formigas atômicas atacam: acontece na hora dos docinhos. Não cabe tudo numa mão só? Tuuuudo bem, abra o guardanapo, faça uma trouxinha, enfie nos bolsos, na bolsa, enfim. O importante é levar o número máximo de docinhos possível, pra não ter o trabalho de fazer pudim pra sobremesa de domingo.
- era uma vez um vestido branco: no final da festa, depois de regalarem-se, forma-se aquele amontoado de pessoas pra saudar os noivos. Sempre há o pezão desavisado em cima da cauda do vestido da noiva bem na hora que ela resolve dar um passo a frente.
- aconteceu e não virou manchete: não sei se é comum, mas aconteceu dessa vez. O avoado fotógrafo sempre chegava atrasado nos momentos mais cruciais: na hora do noivo colocar a aliança na noiva, na hora do beijo no altar... de tão chateado, só faltou pedir pros noivos fazerem um replay.

Há centenas de clichês mais, mas foram os que consegui lembrar por ora. Agradeço ao Osmundo, sem o qual não haveria nem a idéia de se fazer do sábado um assunto para a Hora do Chá. Quando a caneta bic falta, um amigo sagaz é um excelente substituto.

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