9 de janeiro de 2003

Minha vida é uma calçada

Garanto que tentei. Fiz de tudo quanto era possível para manejar e controlar um veículo automobilístico. Passei de primeira no exame da auto-escola. Fiquei quase dois anos amaciando a carta de motorista. Enfim, quando conquistei uma liberdade semicompleta, ao ponto de poder sair dirigindo com os amigos e levá-los para a sorveteria, o destino, ou melhor, minha cabeça-de-vento, lançou no lodo meu sonho azul de motorista competente.

Tudo por causa do carro do vizinho, localizado estrategicamente na calçada oposta à garagem de casa. Uma ré mal calculada e pronto. As moedas escorrem pelos bolsos à mesma medida que o amor próprio escoa pelo ralo.

Já deveria saber, desde muito que as calçadas são minhas melhores amigas. Apesar dos trupicôes, dos esbarrôes, das tensões cataclísmicas ao atravessar as ruas, ainda assim, as calçadas são mais seguras.

Uma boa calçada e um bom par de sapatos são a minha receita para uma vida longa e mais feliz (e menos dispendiosa).

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