29 de janeiro de 2003

A força do acaso no combate ao tédio

Depois de mais de 40 dias de férias, especificamente falando de um dia no final do mês (quando seu costumeiro mísero saldo atinge as raias do infinito negativo), depois de 7 dias consecutivos de chuva, é natural que alguém atinja o mais pleno estado do ócio depressivo.

Enquanto folheia-se revistas velhas, zapeia-se com um máximo desinteresse os canais de tv, tudo isso com um solene ar de resignação, em algum lugar da nossa nebulosa psique um tímido pulsar de expectativa teima que ainda assim é possível que algo incrível e inédito surpreenda-nos e arranque-nos do charco da morosidade.

Tal esperança sempre presente foi o que me motivou a pensar em:
COISAS QUE GOSTARÍAMOS DE VER NUMA TARDE OCIOSA DE CHUVA:

- uma van perdida com alguma de nossas bandas prediletas parar em frente a nossa casa e tocar a campainha pedindo orientações e uns copos d'água;
- achar um livro genial pertencente a algum antepassado familiar escondido numa prateleira obscura da casa;
- achar um pacote de bis na despensa (não é assim tão surpreendente, mas melhor que nada);
- receber uma encomenda do sedex, um cd ou qualquer outra coisa bacana que um amigo seu resolveu mandar fora de data especial;
- ou uma carta, de alguém que você nem desconfiava que sequer tinha seu endereço;
- um envelope anônimo com uma folha escrita: QUEM É VOCÊ?;
- assistir no Plantão da Globo que o Bush teve uma séria disenteria por causa de um quibe estragado e morreu (num "trono", que é o que ele, de certa forma, sempre almejou);
- ao zapear todas as estações de rádio FM descobrir que o gosto pelo pagode, funk, sertanejo e pop-chiclete caiu por terra;
- receber uma ligação do seu jornalista ou escritor vivo (óbvio) predileto elogiando seu blog genial (isso é LENDA).

Outras sugestões de coisas que vocês também gostariam de ver são bem-vindas.

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