23 de abril de 2006

Estou te contando, mas não espalha...

Aha! Apostaria um real que o leitor já estava esperando uma fofoca fresquinha após ler o título deste texto. A condição imposta para a partilha de notícias escusas é sempre pontuada pelo cínico pedido de discrição sobre o assunto. Mas é sabido de todos que, no final das contas, o objetivo mesmo da fofoca é passar o relatado adiante. Os mexericos sempre prescindiram de discrição.

Mas e hoje, será que a figura do fofoqueiro ainda é temida? Suspeito que, assim como muitas outras coisas negativas, o fofoqueiro foi engolido pelo sistema midiático contemporâneo, tornando-se mais uma função social aceita e enquadrada. As revistas de celebridades, os reality shows, os tantos programas "Famas" da tv e até mesmo os blógues, tornaram a bisbilhotagem uma instituição.

Todos querem ter suas mais escuras intimidades publicadas no papel glossy da revista ou transmitidas por satélite. O fofoqueiro passou de figura odiada à mais querida. É o passaporte dos exibicionistas.

E já estão tão escancaradas as portas da vida privada e tão visíveis todos os conteúdos dos mais recônditos armários, que o fofoqueiro, coitado, já não tem nem muito mais o que vasculhar. Tempos difíceis esses, dos meios de comunicação de massa.

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