16 de abril de 2006

Metodologia de pesquisa e a Páscoa



Existem coisas com as quais convivo e não me dou conta de perguntar a origem, razão, causa, circunstância... Elas simplesmente estão lá, embutidas no cotidiano, um pano de fundo tão costumeiro que não provocam coceiras na minha curiosidade. Talvez seja esse o tipo de coisa que fazem dos cientistas e artistas serem o que são. Eles se lembram de perguntar: "Ah! Mas o que é isso que estou vendo aqui?". O mundo dos indagadores apresenta muito mais texturas do que para a grande maioria das pessoas.

Nesta chuvosa tarde de domingo, eu gastei alguns cliques no Google tentando descobrir a conexão entre o consumo de chocolate e o significado histórico e religioso da data de hoje. Não há nenhum link consistente entre a Páscoa judaica -- a preparação para o êxodo do povo hebreu do Egito -- e o doce de cacau. Dos pães sem fermento e do cordeiro assado consumido pelo povo judaico antes da fuga até o ovo embrulhado em laminado colorido fica um abismo. Ah sim, tem a simbologia do ovo, da fertilidade e tal, mas parece não haver consistência histórica entre o evento original pascoal e o consumo da gostosura achocolatada.

Mas, se minha dúvida não foi completamente eliminada, tive o gostinho de descobrir um artigo científico intitulado "Perfil sensorial de ovos de Páscoa". O trabalho, desenvolvido por três pesquisadoras da área de Engenharia de Alimentos de universidades de Campinas e Viçosa, analisou diferentes qualidades de ovos de Páscoa, analisando características como: aroma e sabor, dureza, fraturabilidade, espalhabilidade e adesividade.

Admirável? Estranho? Espantoso? É a ciência tentando mesmo desembrulhar todos os mistérios!

Nenhum comentário: