25 de outubro de 2007

ites e oses



É só uma suspeita. Mas arrisco a dizê-la. É sobre tornar-se velho, quando sua data de nascimento começa a ficar mais que duas décadas de distância. Quando seus anos de vida já passaram da casa de 1/4 de século. Não é sobre ser velho, mas sobre vir a ser velho. Para onde estamos todos indo. Até que um dia, puf, viramos purpurina (ou simplesmente pó, para os mais bíblicos).

Enfim, penso que um dos sinais da caminhada avante aos anos de vida é que migramos para um estado cada vez mais pleno de consciência corporal. A gente começa a se aperceber de coisas que nunca tínhamos dado a devida atenção.

Nos últimos meses descobri algo que foi uma explosão de sensações. Descobri que tenho um estômago. Nunca havia me dado conta desta unidade interna de processamento de alimentos antes. Já tinha ouvido falar, mas nunca tinha sentido "ter" um. Um estômago, só para mim. Agora sempre presto atenção: a comidinha entra e, daqui a pouco, está lá o estômago fazendo peripécias. Ele, meu estômago, que sempre funcionou quietinho, numa discrição tão elegante, agora perdeu um pouco da timidez.

Talvez nossos órgãos internos levem anos para se deixarem conhecer. São tímidos de nascença. E com anos de convívio tão próximo, passam a sentir-se em casa: arrotam, falam alto, põem os pés no sofá, escancaram a geladeira. Deve ser o comportamento que o CID classifica como as doenças que terminam em ites e oses...

4 comentários:

Ana Pimentel disse...

Nossa! Se eu com o pézinho nos 24 estou me sentindo com 40, imagine daqui a pouco! hauhauhau

Estou até tentando levar uma vida mais saudável e menos junkie para ver se ajuda. Vamos ver se eu consigo melhorar meus problemas com as ites e oses. Saladinhas e exercício! Ouié! (té parece)

Religião e Cultura disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Religião e Cultura disse...

Oi Mari!
Sabe que uma boa dieta pro estomago é tomar esse chá da tarde com você? rss
Só que essas bolachinhas água e sal não representam as iguarias que estão sobre a mesa do seu blog.
Tomei a liberdade de fazer o link no meu blog.
Beijão!
Rev. Bertoni

andrea mello disse...

ou talvez com o tempo nossos órgãos é que passam a nos estranhar, e todo o resto que habita do lado de fora deles com a gente.