11 de abril de 2003

Nada de novo no front

A única novidade é que amanhã começa a semana do saco cheio - deliciosamente proporcionada pela UNESP - e estarei caindo em Santos e por lá ficarei até segunda 21. Então aguardem próximas notícias da base do chá na baixada santista.

E a minha leitura de ônibus ultimamente - esta por sua vez proporcionada pela linha metropolitana Campus/Via Duque de Caxias - tem sido as elucubrações de Voltaire em seu Dicionário Filosófico. O que parecia ser um volume de graves meditações, acabou se mostrando um livro engraçado, ou para ser mais exata, irônico. Não deixa lá de ter sua gravidade em certos momentos, mas a maioria das vezes, o iluminista me faz sorrir.

Embora não sendo atéia, fui obrigada a concordar com o nosso amigo Voltaire, ainda mais tendo de assistir todos os dias nos noticiários às abjeções da guerra: Parece-me que Bayle devia antes examinar qual o mais nocivo, se o fanatismo ou o ateísmo. O fanatismo é certamente mil vezes mais funesto, porquanto o ateísmo não inspira, como ele, paixão sanguinária. O ateísmo não se opõe ao crime: o fanatismo o atiça.

Pelo que conheço, a Bíblia nunca pregou o fanatismo. Dando uma olhada aqui, achei uma coisa interessante dita pelo apóstolo Paulo: Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. [capítulo 5:22 do livro de Gálatas]

Acho que a Bíblia do Bush não deve ser a mesma que a minha. Ou o cachorro dele deve ter comido algumas páginas. Ou ele não foi um bom aluno nas aulas de interpretação de texto. Ou é um completo panaca (o que é mais provável).

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