5 de julho de 2004

Insights

Quem quer que trabalhe com criação vive à caça deles: os insights, nome afrescalhado para "iluminação", uma "idéia batuta" (ainda se fala "batuta" hoje em dia?).

Vira e mexe ouço a pérola: "ser designer deve ser muito legal, um lance criativo, assim, criar uma coisa do nada". Aham, excusez moi, monsieur, "criar uma coisa do nada" é tremendamente discutível.

Acho que se deve existir alguém que criou alguma coisa de coisa nenhuma, foi Deus (evolucionistas, cartas ao editor, por gentileza). Depois dele, fico na dúvida. Porque se de fato rola a teoria de que é possível criar coisas do nada, então gastei 5 anos e alguns trocados do meu pobre pai à toa. Porque então para ser designer (ou qualquer outra profissão classificada como "criativa") não precisaria de curso de graduação nenhum.

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Tá, mas falando de insights, eles costumam acontecer comigo nas horas menos convenientes. E normalmente nunca tenho papel e caneta à mão (junte isso ao fato de eu ser uma pessoa absurdamente desmemoriada). Se alguém encontrar alguma idéia perdida, por favor me avise, pode ser que seja algumas das minhas que esqueci por aí.

Quando as idéias vêm à mente:
- durante alguns sermões dominicais (quando a voz do pastor costuma ser monotônica);
- durante uma conversa (especialmente quando alguém está há mais de 15 minutos só falando a respeito de si próprio, ininterruptamente. Quando não é um assunto de importância relevante, claro);
- naquela hora que estou quase entrando em sono rem (nunca tive coragem de levantar da cama pra anotar alguma "grande idéia" que tive, especialmente no inverno);
- andando no calçadão;
- andando de ônibus.

Quando não vêm nenhuma idéia que preste à mente:
- em véspera de entrega de trabalhos.

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