20 de julho de 2005

Um sábado na galeria

Nesse sábado passado fui ver a exposição na Oca, "Corpos Pintados". A ideía de se utilizar o corpo humano como suporte para a arte não é nova, e a própria curadoria da exposição admite isso, ao apresentar, no 2° piso, grandes painéis de fotos de povos africanos e suas pinturas ritualísticas. Lógico que o contexto e a motivação das pinturas corporais entre os painéis do 1° e o 2° piso da Oca são muito diferentes.

Quando se trata de uma coisa que nos é tão familiar como o próprio corpo, os trabalhos colocam o espectador num espaço ao mesmo tempo conhecido e estranho, já que o corpo ali é apresentado numa relação inusual: despido do pudor e vestido por outras diferentes significações.

Entre trabalhos despretensiosos e outros mais conceituais, a exposição foi de fácil assimilação. Nem foi preciso cantarolar aquela música do Zeca Baleiro:

para entender um trabalho tão muderno,
é preciso ler o segundo caderno,
calcular o produto bruto interno,
multiplicar pelas contas de água, luz e telefone,
rodopiando na fúria do ciclone
reinvento o céu e o inferno...

[Bienal, do cd Vô Imbolá]


Talvez seja um barrococó figurativo neoexpressionista...

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