20 de abril de 2008

Um lugar para se chamar de lar



Montar uma casa é divertido, mas também tem lá sua pitada angustiante: é um universo de coisas para se escolher e nem tudo pode coexistir em poucos metros quadrados. Se não, a casa vira um bangalô rococó à la Sig Bergamin (e nem isso, já que para ser eclético à moda Bergamin há de se ter um orçamento muito mais generoso).

Mas nesse afã todo de montar uma casa, fico pensando... sempre caio na matutação: por quê, raios, a gente se importa tanto com o lugar onde moramos nessa terra? Tá que é uma delícia mesmo planejar e montar as coisinhas ao nosso jeito, pensando nos amigos que vamos receber, nas tardes de domingo que vamos passar esticados no sofá da sala... Mas, no fim, tudo passa. Nossa casa nesse mundo sempre será temporária, por mais "própria" que seja. É tudo vaidade e correr atrás do vento?

Acho que talvez seja sim, se esquecemos o verdadeiro sentido das coisas e da existência do Autor de todas as coisas. A nossa casa é onde nosso coração está e disso depende sua duração: se o coração está nas coisas perecíveis ou se está nas coisas eternas.

Mas, enquanto a eternidade não chega, vou tentar deixar meu casulo temporário o mais aconchegante possível. Para receber os amigos que Deus me emprestou tão generosamente nessa vida...

Nenhum comentário: